Eliete Paraguassu é uma mulher negra, marisqueira, pescadora e quilombola da Ilha de Maré. Militante do Movimento de Pescadores e Pescadoras (MPP) há mais de 20 anos, constrói suas lutas em defesa do povo negro, do meio ambiente e do bem viver. Filha de pescador, atua em enfrentamento direto aos grandes empresários da Bahia, denunciando o racismo ambiental e lutando por justiça social, além de combater a hegemonia branca que restringe o acesso aos espaços de poder e decisão. 

Integrante da Articulação Nacional de Pescadores e Pescadoras, do Movimento dos Pescadores e Pescadoras da Bahia, da Coletiva Mahin Organização de Mulheres Negras, e da Coalizão Negra Por Direitos e do Fórum Marielles. 
Em 2019 Eliete Paraguassu filiou-se ao PSOL e, em 2020, concorreu ao cargo de vereadora em Salvador, conquistando 2.291 votos. Em 2022, candidatou-se a deputada estadual e recebeu 5.578 votos. Ao longo de sua trajetória, ocupou importantes posições e participou de diversos projetos e eventos de relevância nacional e internacional: 

● Ministério da Pesca e Aquicultura (2023-2024): Coordenadora-Geral de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira; 
● Câmara Municipal de Salvador (2021-2022): Assessora Parlamentar;
● Instituto Federal da Bahia (IFBA) (2022-2023): Coordenadora do Projeto Yalodê; 
● FIOCRUZ Brasília (2018-Atual): Bolsista do Programa de Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT), atuando em iniciativas voltadas à promoção da saúde nas comunidades tradicionais;
● Ministério da Saúde (2012-2015): Integrante do Comitê Técnico para a Política Nacional de Saúde Integral; 
● SEPROMI Bahia: Conselheira no Conselho de Povos e Comunidades Tradicionais (2015-2016) e no Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra da Bahia (2012-2014); 

Como protagonista de documentários que destacam os direitos humanos e a luta das comunidades tradicionais, sua atuação ganhou ampla visibilidade em produções como "Mulheres das Águas", que já ultrapassou 1,2 milhão de acessos, tornando-se o documentário mais visto da Fiocruz. Outras obras incluem "No Rio e no Mar" e "Assassino Invisível – Lixo Industrial". Seus esforços avançaram também no âmbito internacional. A presença de pesquisadores de Universidades conceituadas, como a Sorbonne (França) e a Universidade de Coimbra (Portugal), no território de Ilha de Maré ampliou as barreiras geográficas das discussões sobre temas como o trabalho das mulheres na pesca artesanal, racismo ambiental e mudanças climáticas.

Além disso, ela participou de eventos de destaque, como a 42ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU (2019), e colaborou em publicações acadêmicas, como o capítulo "Caminhos da Saúde: os avanços e possibilidades pós-implantação da PNSIPCFA, Ilha da Maré, Salvador (BA)" (2017). Sua atuação engloba seminários, jornadas e ciclos de diálogo voltados à promoção da saúde, direitos das comunidades tradicionais e combate às injustiças sociais e ambientais. Uma referência de resistência e liderança, e símbolo da luta pelos direitos das comunidades tradicionais e do fortalecimento da justiça ambiental e racial na Bahia e no Brasil.