Infiltrações, escassez de materiais e, principalmente, falta de profissionais. As dificuldades enfrentadas por pacientes e trabalhadores do Centro de Atenção Psicossoical (CAPS II) Eduardo Saback, no bairro de Pernambués, foram acompanhadas de perto pela equipe da Ouvidoria da Câmara Municipal de Salvador, nesta terça-feira (11), dando continuidade à série de visitas aos CAPS soteropolitanos.
“A realidade que encontramos foi absolutamente comovente. Os problemas no local, considerado um dos melhores CAPS de Salvador, vão muito além da falta de estrutura e da dificuldade com materiais para prestar um atendimento digno aos pacientes. A falta de profissionais dificulta consideravelmente o trabalho. Os poucos funcionários se viram como podem, desempenham um papel belíssimo com uma estrutura tão precária e pelo amor ao trabalho no CAPS”, destacou o ouvidor da Câmara Municipal de Salvador, vereador Luiz Carlos Suíca (PT).
As palavras do ouvidor do Legislativo se justificam. São apenas 15 funcionários ativos em todo o CAPS. Deste total, apenas 10 fazem atendimento individualizado aos pacientes. Cada funcionário fica responsável por 150 pacientes, quando o ideal seria que cada profissional fosse responsável por, no máximo, 50.
“Essa sobrecarga de pacientes por profissional inviabiliza um atendimento personalizado, que atenda as especificidades de cada usuário, que deveria ser o papel do CAPS. É impossível algum técnico conseguir atender bem num esquema de mutirão, com 140 pacientes para tomar conta”, analisou Suíca.
Reparos que precisam ser feitos na sede do CAPS e queixas de pacientes em relação à diminuição da quantidade de refeições por dia também foram apontados durante a visita.
Foi a terceira visita técnica da Ouvidoria aos CAPS de Salvador. A primeira foi realizada na unidade do Jardim Baiano. A segunda, ao CAPS Infantil e Adolescência Professor Luís Meira Lessa. A próxima acontecerá no  CAPS AD Pernambués, na próxima terça-feira (18).

CAPS II

Os CAPS possuem caráter aberto e comunitário, dotados de equipes multiprofissionais e transdisciplinares, realizando atendimento a usuários com transtornos mentais graves e persistentes, a pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais em geral, sem excluir aqueles decorrentes do uso de crack álcool ou outras drogas.
É indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de setenta mil habitantes.