Marta Rodrigues questiona valores e intervenções do BRT
Segundo a vereadora, o projeto da prefeitura tem o custo por quilômetro mais caro do país
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Foto: Antonio Queirós
15/08/2017 - 16:22
A vereadora Marta Rodrigues (PT) voltou a reforçar, na sexta-feira (28 de julho), que o projeto do BRT de Salvador é uma caixa preta e a prefeitura precisa esclarecer à população o porquê dele ter um valor que destoa do que foi gasto com o mesmo modal nas principais capitais do país. “O custo por quilômetro do BRT que a prefeitura propõe é duas vezes maior que o do Rio de Janeiro. Qual a explicação?”, questiona Marta.
Para a vereadora, é necessário apresentar um estudo que fundamente a construção de um BRT com trecho inicial de R$ 376 milhões ligando regiões da Lapa ao Iguatemi, onde hoje já existe um sistema viário desenvolvido, ao contrário das áreas mais carentes de Salvador. Ela pontua outros problemas graves: a construção de quatro elevados somente no trecho 1, indo na contramão do que pregam arquitetos e urbanistas e os tamponamentos dos rios Camarajipe e Lucaia, com a retirada de 579 árvores. “Somente a construção dos elevados representa 50% do total da obra, R$ 179.350.079,85. Qual a justificativa?”, pergunta a parlamentar.
Custos
O BRT de Salvador tem o custo mais caro por quilômetro, se comparado com o mesmo modal em Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife e Belém. Enquanto um quilômetro do BRT da capital baiana custa R$150.683.873,096 – o trecho 1 custa R$ 376.709.682,74 e tem apenas 2,5 km – no Rio de Janeiro o quilômetro custou R$ 70.343.078,99. Lá, o BRT tem 28 quilômetros e teve investimento de R$ 1.969.606.211,94. “Ou seja, além de ser um BRT calça curta, tem um valor questionável. São muitos problemas nesse projeto”, pontua a vereadora.
Em Belém, são 20 quilômetros de BRT com gastos de R$ 583.310.528,10, o que dá R$ 26.915.526,40 o km/custo. Em Fortaleza, foram 17,4 quilômetros ao custo de R$ 145.038.193,45, o que dá R$ 8.335.528,36 o km/custo. Já em Recife, foram gastos R$ 197.700.000,00 para a construção de 15 quilômetros, ou seja, R$ 13.180.000,00 o km/custo. Os dados foram obtidos nos sites de transparência dos municípios.
Ainda conforme a vereadora, enquanto centenas de cidade estão demolindo seus elevados – a exemplo do Rio de Janeiro, que implodiu a Perimetral, no centro da cidade – Salvador pretende gastar com a construção. “É um contrassenso. O elevado se insere numa lógica urbana ultrapassada, que privilegiava o automóvel. Tem soluções mais viáveis e com impacto menores”, acrescenta Marta Rodrigues.
Fonte da notícia: Assessoria do vereador