Dois projetos que tratam da profissão de bombeiro civil em Salvador podem ser desarquivados na Câmara Municipal. A possibilidade foi levantada pela vereadora Marta Rodrigues (PT), na manhã desta terça-feira (26), no Plenário Cosme de Farias. Ela tratou do assunto durante sessão especial em comemoração pelos 10 anos de regulamentação da profissão.
Os projetos sobre os bombeiros civis foram elaborados pelos ex-vereadores Leo Prates e Andrea Mendonça. De acordo com a vereadora, a reelaboração das proposições terá o apoio dos bombeiros civis e militares e será importante para a categoria, uma vez que vai somar ao projeto que tramita na Assembleia Legislativa do Estado.
Marta Rodrigues também falou da importância desses profissionais, enaltecendo a missão de preservar a vida das pessoas nos eventos com grande público. Frisou ainda que “a sessão especial servirá para dar encaminhamento aos projetos que beneficiam os bombeiros civis, ampliando o debate sobre o tema”.

Assembleia

A deputada estadual Fátima Nunes (PT) afirmou que o projeto de lei que assegura que as empresas contratem bombeiros civis proporcionalmente ao índice de risco de um evento está na pauta da Assembleia. A parlamentar lembrou que “a profissão de bombeiro civil já é garantida por lei e, se é profissão, tem que garantir empregos”.
Para a deputada estadual Maria del Carmen (PT), que não pôde compor a mesa de trabalho por conta de uma reunião no mesmo horário da sessão, “a matéria que tramita na Assembleia terá que se enquadrar à nova realidade”. Ela disse ainda que a tendência é “votar o projeto dos bombeiros civis ainda neste semestre”.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Bombeiros Profissionais Civis, Salva-vidas, Resgatistas e Socorristas das Empresas Prestadoras de Serviços do Estado da Bahia, Rubem Santos, também defendeu uma retomada dos projetos na Câmara. Ele informou que o sindicato tem um total de 5 mil inscritos.

Escolas

Já Cleiber Lopes, presidente do Sindicato Patronal, apontou para a existência de poucas escolas e indicou poucas ofertas de trabalho. Tomando como referência a Guarda Municipal, defendeu a criação do Corpo de Bombeiro Municipal.
A bombeira civil e diretora da Associação dos Técnicos de Segurança da Bahia, Maria Dolarice Cerqueira, pediu mais respeito, defendeu melhores condições de trabalho e relatou casos de assédio e diferença salarial entre homens e mulheres.
Conforme Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancários, “a profissão de bombeiro civil tem que estar colocada no mais alto patamar, e não é para qualquer um”. Ele entende que deve haver mais diálogo entre os bombeiros civis e militares e não concordou com uma instrução normativa que versa sobre contratação de brigadista no lugar de bombeiro civil.
Para Alex Fábio, da Associação Baiana dos Técnicos de Segurança do Trabalho, “o curso de bombeiro civil deveria ser técnico e com mais carga horária de conhecimento”. Ele defendeu mais união entre os profissionais civis e militares.
“Trabalhamos com prevenção e para a população ganhar com prevenção é importante a presença dos bombeiros”, afirmou Marcos Santos, da Associação Baiana de Bombeiros Profissionais Civis.
Já Gleidson Oliveira, da Brigada 49 – Especialista em Plano de Pronta Resposta em Emergência, defendeu a união da classe e disse que o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia é um aliado. Ele apontou para a existência de um “monopólio do mercado” de segurança de eventos.