Marta defende manifestações culturais negras no Dia Municipal do Afoxé
Propositora da sessão especial destacou, também, o trabalho social que grupos desenvolvem

Foto: Antonio Queirós
27/11/2017 - 21:31
Grupos negros ligados ao candomblé, que desfilam no Carnaval de Salvador, os afoxés foram celebrados em sessão especial embalada por atabaques e agogôs, no Plenário Cosme de Farias, na noite desta segunda-feira (27). A vereadora Marta Rodrigues (PT), propositora da solenidade, enalteceu o Dia Municipal do Afoxé, comemorado oficialmente em 15 de novembro.
No mês da Consciência Negra, a legisladora destacou a importância das manifestações artístico-culturais com origem nos espaços sagrados da religiosidade afrodescendente. Chamado comumente de candomblé de rua, o afoxé e a cultura negra foram reverenciados pela propositora da sessão especial. “É um momento de fazer uma reflexão para celebrar o legado do afoxé, que já sofreu várias formas de violência. Teve que resistir a tudo, sobreviver ao retrocesso e à intolerância religiosa. Quando trazemos esse debate para a Câmara, lembramos o quanto ainda é difícil para os afoxés. Precisamos conhecer e valorizar essa cultura”, afirmou.
Reparação
Sobre as dificuldades vivenciadas pelos afoxés, a vereadora Marta Rodrigues cobrou “um olhar mais e justo” em relação aos investimentos. “São reprimidos desde o período imperial, mas sobreviveram e simbolizam muita resistência. São os últimos blocos a sair, já de madrugada, quando já não tem mais veículos de comunicação para fazer a transmissão do desfile. As políticas públicas e os recursos deixam a desejar. É preciso que tenhamos a real dimensão cultural e política do que os afoxés representam”, completou Marta Rodrigues.
Após as palavras da vereadora, o Afoxé Filhos do Congo realizou apresentação cultural na sessão especial. Em seguida, o ex-presidente do grupo, Ednaldo Santos, conhecido popularmente como Nadinho do Congo, reafirmou a importância do legado e da afirmação da cultura negra.
“Precisamos fazer com que os nossos gestores entendam o que nós necessitamos para que possamos manter viva a nossa cultura. Essa sessão especial traz para o debate esse importante assunto e ajuda na nossa luta por reparação. Não queremos continuar com pires na mão. Seremos nós que deixaremos esse legado de cultura, que nasceu nos quilombos e que resiste à opressão”, ponderou Nadinho do Congo.
Fonte da notícia: Secom