Livro sobre arte urbana em Salvador é doado à Câmara
Obra é resultado de mais de três décadas de pesquisa e registros de grafites nas vias da capital baiana

Foto: Antonio Queirós
13/07/2017 - 15:42
Os leitores que frequentam a Biblioteca Vereador Manuel Querino da Câmara Municipal poderão conhecer a vasta produção dos artistas urbanos de Salvador, ao consultar o livro “Arte na Rua”. A obra foi doada ao Poder Legislativo esta semana pelo autor, o fotógrafo José Francisco Paranaguá Guimarães.
Ao longo de mais de três décadas, Paranaguá, como é conhecido, se dedicou a registrar desde pichações até grafites e mosaicos nos viadutos, muros, tapumes, avenidas e encostas da capital baiana.
Ilustrado com cerca de 600 imagens, o livro traz informações e entrevistas com grafiteiros e artistas plásticos de Salvador, como Miguel Cordeiro, um dos pioneiros, e mais Bel Borba, Leonel Mattos, Jayme Figura e Gustavo Moreno.
A obra consegue reunir os pioneiros na arte de rua, como Mancha, Faustino, Baldeação, ML e Madame Min, e a nova geração soteropolitana, marcada pela presença de diversos coletivos urbanos de grafiteiros.
Defensor do grafite, Paranaguá acredita que, apesar de ser considerada “arte transgressora”, a expressão artística tem uma aceitação muito grande da sociedade no mundo todo, especialmente porque pode ser usada como ferramenta de integração e inclusão social.
“Essa é uma forma dos jovens mostrarem que têm um potencial artístico muito grande. E cabe às entidades públicas desenvolver projetos e políticas para beneficiar esses jovens”, assinalou Paranaguá.
História do grafite
O grafite é o registro gráfico mais antigo da humanidade, cujo surgimento, conforme aponta o livro “Arte na Rua”, foi observado na Grécia e Pompéia, nos tempos da Antiguidade (4.000 a.C. – 476 d.C.).
Essa expressão artística reaparece no movimento de maio de 1968, em Paris, com frases políticas, mas também poemas de amor e humor. Em Nova Iorque, no entanto, o grafite surge em 1972, nos muros e paredes da periferia, além de vagões do metrô.
De lá, o grafite se disseminou pelo mundo, chegando ao Brasil na década de 1970, em São Paulo. As primeiras imagens são de autoria do artista Alex Vallauri.
Na capital baiana, a história do grafite tem início no fim da década de 1970. Mancha, ML e Faustino, personagem de tiradas jocosas criado pelo músico e artista plástico Miguel Cordeiro, são manifestações pioneiras.
Fonte da notícia: Secom