Líder do PT na Câmara Municipal, a vereadora Marta Rodrigues apresentou um projeto à Prefeitura de Salvador sugerindo o fim do prazo de 90 dias dos créditos adquiridos para o sistema de transporte coletivo. A proposta da parlamentar tem objetivo de permitir que os usuários - de meia-passagem, vale eletrônico, bilhete avulso ou vale-transporte - utilizem o crédito do SalvadorCard por tempo indeterminado, impedindo que percam o valor das tarifas.

No caso dos estudantes, acrescenta a vereadora, o prejuízo está sendo ainda maior, uma vez que eles estão sem aulas devido à determinação do Governo do Estado e da Prefeitura, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Diante da pauta, o mandato da vereadora criou uma petição online para que a população possa expressar sua opinião sobre o projeto no site www.queromeuscreditos.martarodrigues.com.

“Temos muitos estudantes que estão com crédito vencido e terão que gastar mais dinheiro para desbloquear quando as aulas forem retomadas ou quando voltarmos à normalidade. Então é importante que esses créditos não expirem e possam ser utilizados a qualquer momento. Salvador tem uma população de maioria pobre e não é justo que percam os créditos para passagem que colocaram em seus cartões”, declara Marta.

Saldo zerado

Atualmente, existem 200 mil cartões de meia-passagem estudantil, 400 mil cartões de vale eletrônico e 500 mil cartões de bilhete avulso em Salvador. A vereadora explica que muitos usuários do sistema, entre trabalhadores e estudantes, necessitam

pegar dois coletivos para chegarem aos seus destinos e, ao passarem o cartão, descobrem que estão com o saldo zerado.

Foi o caso, por exemplo, do estudante Wallace Teixeira, da Faculdade de Comunicação da Ufba. “Eu usei o cartão pela última vez em 16 de março, início da quarentena, e de lá para cá estou em isolamento social. Tinha realizado recarga acredito que uma semana antes da última vez que usei. Dia 4 de junho precisei ir ao médico e quando fui usar o cartão o saldo estava zerado. A sorte é que tinha dinheiro na carteira”, relata o universitário.