Diretor do Afoxé Filhos de Gandhy é homenageado pela Câmara

O ilheense Xiko Lima recebeu o Título de Cidadão de Salvador

Diretor do Afoxé Filhos de Gandhy é homenageado pela Câmara

Foto: Valdemiro Lopes

02/04/2019 - 18:08

No dia em que comemorava 63 anos, José Francisco Ferreira de Lima ganhou uma nova cidadania. Na noite desta terça-feira (2), o educador e diretor do Afoxé Filhos de Gandhy recebeu, em sessão solene no Plenário Cosme de Farias, o Título de Cidadão de Salvador. Natural de Ilhéus, Xiko Lima, como é conhecido, vive há 45 anos na capital baiana e tem grande contribuição para a resistência cultural negra e para a luta antirracista no país.
“Xiko Lima tem uma história de compromisso com a educação e cultura dessa cidade. Um reconhecimento como este, aprovado por unanimidade, engrandece essa Casa. Hoje tornamos cidadão de Salvador um homem que atua para reafirmar o protagonismo negro na construção da identidade e representatividade social da nossa cidade”, disse a vereadora Marta Rodrigues (PT), autora da proposição.
O diretor do Afoxé Filhos de Gandhy também já atuou na diretoria do Bloco Afro Ara Ketu entre 1980 e 1996 e pelo Centro Cultural Gandhy Mirim, de 1999 a 2006. Xiko é licenciado em Pedagogia e um estudioso da África e da África-Brasileira, dedicando sua vida à pesquisa e história do povo negro.
O presidente do Filho de Gandhy, Gilsonei Oliveira, destacou o lado educador do homenageado. “O seu trabalho à frente do Gandhy veio para somar. É um presente para nosso afoxé ter Xico como um dos seus diretores. Ele agrega não somente como um grande pensador cultural, como também fortalece nosso viés social”, destacou Gilsonei.
Após chegar a Salvador, em 1974, Xiko fez curso de eletricista na Escola Técnica Federal da Bahia, em um convênio com a Petrobrás. Mais tarde, foi estagiário no Polo Petroquímico de Camaçari, onde trabalhou em empresas como a Ceman, Isocianatos do Brasil, Copene, aposentando-se na Braskem.
“Ele é perseverante em tudo que faz. Aprende com uns e ensina a outros. Isso ele faz muito bem e com respeito. É uma homenagem merecida e que faz com que só aumente seu compromisso com a sociedade soteropolitana”, disse o educador e historiador do Afoxé Pai Burokô, Júlio César.

Referência

“Eu vim de Ilhéus para concluir meus estudos. Eu queria mais e achava que naquele momento a minha cidade natal não oferecia tudo o que eu precisava. Chegando aqui, me apaixonei pela cultura local e até hoje me dedico a ela”, falou o homenageado. “A minha história começou no Araketu, mas vim para o Gandhy num esforço de fazermos mais pelo social. Esse é o meu papel, fazer com que a atuação do afoxé seja muito maior do que sua presença no Carnaval”, completou. 
O homenageado é licenciado em Pedagogia pela Universidade Católica de Salvador e pós graduado em Metodologia dos Estados Africanos e Afro-Brasileiros na Faculdade Olga Mettig. Também fez cursos de formação em Direitos Humanos na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Ufba); em Ensino de História Africana e Afro-Brasileira pelo Ceao, também na Ufba; e em Antropologia da Alimentação pelo mesmo centro; além de Interação dos Saberes da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
 “Xiko em sua simplicidade faz com que as pessoas tomem ele como exemplo. Hoje é o aniversário dele, mas quem ganha o presente somos nós, seus amigos, e essa cidade”, disse o diretor do bloco Ilê Ayê e educador, Edmilson Neves.
A mesa da sessão solene contou, além dos já citados, com a participação da presidente do Afoxé Filhas de Gandhy, Glicéria Vasconcelos, da irmã do homenageado, Vânia Lima, da educadora Rosana Cerqueira e do filósofo Osvaldo Menezes.
 


Fonte da notícia: Diretoria de Comunicação

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