"Baleia Azul" e suicídio entre jovens ganham debate na Câmara

Audiência sugerida pela vereadora Rogéria Santos analisou a conduta de adolescentes que aderiram ao jogo

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Foto: Reginaldo Ipê

08/05/2017 - 15:43

“A audiência pública ‘Baleia Azul: sua vida vale mais do que um jogo’ é uma forma de conscientização e educação contra um fenômeno que tem levado muitos a praticarem atitudes de mutilação e até mesmo o suicídio”, afirmou a vereadora Rogéria Santos (PRB), na manhã desta segunda-feira (8), no auditório do Centro de Cultura da Câmara Municipal, no debate com professores, jovens, pais, religiosos e representantes de orgãos municipais e do Ministério Público.

No debate, os participantes chegaram ao entendimento que o jogo, que é um desafio, trata de um problema dos mais sérios e deve-se atacar a sua causa. Também observaram que o Baleia Azul aproveita da fragilidade dos jovens, que é conduzido a uma atitude danosa à saúde, podendo, inclusive, cometer suicídio.

O promotor do Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos (NUCCIBER) do Ministério Público do Estado da Bahia (MP/BA), Fabrizzio Rabelo, explicou que existe um desconhecimento sobre o contexto digital da sociedade atual. “Tudo se materializa por meio de dispositivos de informática, por redes sociais e pela nuvem de dados”, analisou.

O integrante do MP/BA observou que o termo jogo usado para o Baleia Azul é apenas uma forma de manipulação de consciências que psicopatas se aproveitam para atrair jovens a se torturarem. Ele concluiu que, assim como outros desafios que surgiram e irão ocorrer, devem ser abordados com um outro olhar.

“Que adolescente não gosta de fazer um desafio? Infelizmente colocamos o tema suicídio debaixo do tapete como se não sofressem. O que estamos enfrentando na verdade é um caso de saúde pública, de espírito, educação familiar e falta de consciência do novo contexto digital da sociedade”, declarou o promotor Fabrizzio Rabelo.

O representante da Secretária Municipal de Saúde, o médico psiquiatra Ivan Araújo, declarou que profissionalmente existia a ignorância de que crianças não adoeciam psicologicamente e que as atuais políticas públicas são deficientes para doenças invisíveis.
“Os jovens se cortam para aliviar as dores invisíveis causadas pelo vazio que sentem, ou pela a impotência ao lidar com as suas emoções”, afirmou Ivan.

Solidariedade

A defensora pública Carmem Novais disse que devemos estar atentos para praticar a solidariedade ao próximo: “Quando não nos dispomos a auxiliar o outro nos colocamos em um campo de violência. O Baleia Azul não é um jogo, é uma atividade que vai se adaptar às nossas fragilidades e tem sido propagada pela mídia. Além da obrigação pública, temos que reforçar a nossa responsabilidade como pessoas”.

Já a representante da Safernet Bahia, organização de defesa dos direitos humanos na internet, psicóloga Juliana Cunha, apresentou dados na qual aponta que 38% dos jovens que acessam a rede já estiveram em contato com conteúdos que ensinam a automutilação. Ela observou que, assim como qualquer outro espaço, a Internet oferece perigos, sendo necessário medidas de educação para responder e agir em situações como o Baleia Azul.

“Proibir o acesso de crianças ao uso dos espaços digitais não é uma atitude adequada, podemos fazer desse ambiente um lugar de cidadania e produtividade para lidarmos com esses desafios, que agora se chama Baleia Azul, e que amanhã terá vários outros nomes”, afirmou Juliana.
Participaram do debate o coordenador do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (CEDECA), Waldemar Oliveira, do representante da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Crianças e Juventude, Bruno Miranda e também o coordenador do Força Jovem Universal Bahia, Rodrigo Maurício.

Baleia Azul

O jogo que surgiu na Rússia se baseia no cumprimento de 50 atividades dadas por curadores na qual os participantes, normalmente jovens e adolescentes, cumprem desafios que envolvem mutilação, subir por lugares altos e por fim o suicídio.


Fonte da notícia: Secom

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