Com o objetivo de discutir os impactos que o corte no censo demográfico poderá causar à população brasileira, a vereadora Marta Rodrigues (PT) realizou a audiência pública “Apagão Estatístico: os cortes no Censo Demográfico 2020 e os desmontes das políticas públicas”. A atividade conjunta com o Centro de Documentação, Comunicação e Memória Afro-brasileira (Ìrohìn) aconteceu na manhã desta quarta-feira (6), no auditório do Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador. 
“A audiência tem uma importância ímpar, ainda mais nesse momento de desmonte que nosso país vive, principalmente de políticas públicas”, disse Marta, afirmando que o Governo Federal determinou a redução do formulário de perguntas do censo, passando de 112 para 76, além do corte de 25% no orçamento utilizado para a aplicação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).  
Para a vereadora, os cortes “vão impactar demais no fundo de participação dos municípios e também nas políticas para mulheres, mulheres negras e comunidades LGBT, além de impactar diretamente no balanço do número de desempregados”. Marta afirmou que vai propor um projeto de indicação para apresentar aos senadores e deputados na tentativa de barrar a proposta à qual chamou de “absurda”.  

Pesquisa

O pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas de Indicadores Sociais do IBGE, Antônio Tadeu Ribeiro Oliveira, com 39 anos de atuação no instituto, frisou a importância de investimentos em pesquisa. “O censo é a única pesquisa que vai a todos os municípios brasileiros, buscando identificar a realidade da população, quantos somos, onde vivemos, como moramos. Então, tudo isso está ameaçado com o anúncio do corte sem discussão com a sociedade”, disse. Ele propõe a apresentação de um projeto aos congressistas em defesa de uma emenda orçamentária para recompor o orçamento do censo.   
A mesa da atividade contou ainda com a participação dos vereadores Silvio Humberto (PSB) e Marcos Mendes (PSOL); da vice-presidente do Conselho Consultivo e representante do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, Wânia Jesus de Sant'Anna; da representante das mulheres negras, Vilma Reis; do diretor da Associação Nacional dos Funcionários do IBGE (ASSIBGE), Gilmar Horas Peixoto; e do coordenador jurídico e coordenador de comunicação da União dos Municípios da Bahia (UPB), Isac Nilton Carneiro.
Também fizeram parte da mesa o coordenador de Pesquisas Sociais da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Guilherme Etkin; da procuradora jurídica da União de Vereadores da Bahia (UVB), Daniela Gomes, e representante do centro de Documentação, Comunicação e Memória Afro-Brasileira (Ìrohìn), Edson Cardoso.