“A cor dessa cidade sou eu”
Socialistas celebram aniversário de Salvador com seminário sobre inclusão negra na cidade

Foto: Assessoria do vereador
30/03/2023 - 15:34
O vereador Sílvio Humberto (PSB) celebrou, na noite de quarta-feira (29), os 474 anos de Salvador, na sede do PSB, no Rio Vermelho, através do seminário “A Cor dessa cidade sou eu”. O evento, mediado pelo arquiteto e mestre em Cultura e Sociedade, Zulu Araújo, contou com a presença da auditora fiscal do município, Karla Borges, e da cientista política, Waneska Cunha.
Conforme o vereador, o evento discutiu a tributação e a falta de transparência da Prefeitura Municipal nas tratativas que geram diversas cobranças injustas para a população. Cássia Magalhães, presidente do PSB na capital, fez uma breve avaliação da gestão atual, pontuando “as desigualdades como marca desse governo”.
“A Prefeitura de Salvador segue por anos penalizando a fatia mais pobre da população com taxas e cobranças absurdas", acrescentou.
Zulu Araújo destacou os problemas da mobilidade urbana na cidade. “Estamos falando de uma cidade em que uma parte significativa da população não tem dinheiro para pegar o transporte público”, destacou o arquiteto.
Para Karla Borges, falta uma melhor consciência tributária por parte da Prefeitura de Salvador: “A cidade precisa tributar de uma maneira justa, pois a população mais carente está sendo penalizada por uma gestão sem consciência tributária com o povo pobre e preto da cidade”.
Segundo a cientista política Waneska Cunha, discutir os espaços políticos é o caminho para reverter as desigualdades. “Quando você tira uma fotografia da cidade, é possível ver várias em uma só. É nítida qual é a cor que lota os ônibus sucateados. A Salvador que nós temos é dona de imensas desigualdades, e é preciso discutir os espaços políticos e suas representações para iniciar um processo real de transformação social. A cor da falta de moradia, da falta de emprego, da falta de acesso ao bem-viver é preta”, frisou.
O vereador Sílvio Humberto destacou o reflexo das baixas isenções, a queda do PIB e analisou a questão da cor na cidade: “A gestão atual escolheu ter um IPTU injusto, pois o baixo número de isenções reflete o tamanho da desigualdade produzida pela mesma cidade que promove riqueza com concentração nas mãos das mesmas pessoas. Essa mesma gestão de excelência foi quem fez Salvador perder a posição do PIB para Fortaleza. A capital baiana representa R$ 58,93 bi x R$ 65,16 bi da capital do Ceará. De acordo com dados publicados no livro ‘Como anda Salvador’, a cor e as ocupações na cidade ficam visivelmente concentradas de acordo com a raça. Pretos e pardos ocupam os bairros populares e periféricos, os brancos se concentram em Itapuã, Pituba, Costa Azul, Barra, Patamares, Cabula, Centro, Boca do Rio e Patamares. Salvador segue sendo a 2ª metrópole com maior percentual de pessoas extremamente pobres. Não podemos naturalizar que uma cidade majoritariamente negra não se veja nos espaços de poder e decisão”, finalizou.
Fonte da notícia: Assessoria do vereador