Hamilton Assis cobra debate sobre segurança pública e atuação da polícia
Vereador denuncia violência policial, sobretudo em bairros periféricos

Foto: Assessoria do vereador
22/04/2025 - 12:08
O vereador Hamilton Assis (PSOL) diz que é urgente o debate sobre segurança pública e sobre a atuação militar nas periferias de Salvador. Ele reforçou a cobrança ao falar sobre o caso da estudante universitária Luíza Silva dos Santos de Jesus, de 19 anos, que morreu após ser baleada durante uma ação da Polícia Militar no bairro da Engomadeira, na tarde de domingo (20). Segundo relatos da família, Luíza retornava da casa de uma amiga quando foi atingida na barriga por um disparo, como relata o vereador.
Hamilton Assis destaca que Luíza Silva tinha 19 anos, cursava o terceiro semestre de Estética e Cosmética e deixa os sonhos de uma vida. O vereador diz que a jovem não foi vítima de bala perdida, ela é mais uma vítima de um Estado que usa a Polícia Militar contra a população negra. “Sentimos muito pela família e amigos dessa jovem. As testemunhas dizem que a polícia chegou atirando. Quantas vezes não ouvimos relatos semelhantes e seguimos chorando a vida das crianças, dos adolescentes e jovens que foram ceifadas?”, pergunta.
O vereador cita o Instituto Fogo Cruzado, que registrou um aumento no número de chacinas em Salvador e Região Metropolitana entre janeiro e abril de 2025. No período, foram 13 ocorrências, crescimento de mais de 400% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizadas três chacinas.
“São 10 anos desde a Chacina do Cabula com 12 mortos, dois anos da Chacina da Gamboa com mais três jovens mortos e, próximo do Carnaval deste ano, foram mais 12 assassinados na Chacina da Fazenda Coutos. Não estamos falando de casos isolados, do acaso, precisamos tratar isso da forma correta e nomear de genocídio, pois é”, denuncia.
Dignidade
Hamilton Assis aponta a necessidade de pensar em segurança pública com outra perspectiva, a partir de investimento em educação, incentivo à cultura, geração de emprego e renda, com garantia de direitos e dignidade à população. Hamilton Assis reforça, no entanto, que nenhuma ação vai ser efetiva enquanto não houver combate ao racismo institucional e a validação da morte com base em etnia, gênero ou classe social.
“Dizem que pena de morte no Brasil não existe, mas todos que falam isso seguem enganados. A pena de morte existe para a população negra, periférica, mais vulnerável. Rui Costa, quando foi governador, comparou a morte de 12 jovens negros no Cabula com uma partida de futebol”, critica.
E o vereador vai além e diz: “O Programa Bahia pela Paz do Governo é apresentado como uma estratégia para a Prevenção da Violência Letal a oferta de serviços integrados de Promoção da Cidadania e Garantia de Direitos, mas os dados mostram que a política não saiu do papel. O que chega nos bairros periféricos de maioria negra é uma polícia despreparada, sem câmeras nos fardamentos, que segue vitimando inocentes e executando nossa juventude sumariamente”, diz.
Hamilton Assis ainda afirma que estuda formas de trazer à Câmara Municipal de Salvador o debate sobre o genocídio da população negra e violência policial na capital baiana. E finaliza reafirmando que “o mandato de resistência não pode se calar diante do genocídio da juventude negra”.
Fonte da notícia: Assessoria do vereador