A Câmara Municipal de Salvador homenageou a Associação das Paradas do Orgulho LGBT de Salvador, numa sessão especial proposta pelo vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB) e realizada no último dia 1º. A entidade se dedica à promoção da inclusão igualdade e garantia de direitos para a comunidade LGBTQIAPN+ na capital há 18 anos, sendo pioneira na organização de desfiles LGBT em diversos bairros, como destaca Augusto.

“Essa não é uma pauta de quem é LGBTQIAPN+, essa é uma pauta da humanidade. Você não precisa ser uma pessoa LGBTQIAPN+ para lutar sobre essas questões, assim como você não precisa ser uma pessoa negra para lutar contra o racismo, não precisa ser uma mulher para lutar contra o machismo, não precisa ser uma pessoa com deficiência para lutar contra o capacitismo. Essas são lutas de todos, todas e todes que querem uma sociedade justa”, destacou o vereador.

A sessão destacou a importância do direito à vida e o combate ao preconceito. Foram apresentados dados do Observatório do Grupo Gay da Bahia de 2022, os quais aponta que a comunidade LGBT é uma das maiores vítimas de mortes violentas no Brasil, com 242 homicídios (94,5%) e 14 suicídios (5,4%). O Brasil, inclusive, continua sendo o país com o maior número de assassinatos de LGBT no mundo, uma morte a cada 34 horas.

“Não podemos viver com tamanha intolerância. Por isso, é importante que os espaços públicos, como a Câmara Municipal, pautem essas questões, para que possamos superar, tanto as desigualdades que existem, quanto as diferenças”, completou Vasconcelos.

Agressões

A atividade também chamou atenção para o dado que aponta Salvador como uma das cidades brasileiras com um dos maiores índices de agressões à população LGBT. A sessão especial celebrou ações importantes no município, como a festa ocorrida no início de setembro, do primeiro ambulatório municipal especializado em saúde LGBTQIA+, localizado no anexo do Multicentro de Saúde Carlos Gomes, em Salvador. A politização do movimento e o acolhimento da comunidade LGBT também foram pautados durante a homenagem.

“A Parada é a nossa revolta aqui na Bahia, é o marco da nossa luta contra a LGBTfobia. O que precisa é a gente ter uma fala unificada. Quantos gays, quantos travestis e quantas lésbicas morreram nos hospitais?”, ressaltou a ativista Milena Passos.

Ao lado do vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB), a mesa foi composta pela titular da Secretaria Municipal de Regularização Fundiária, Habitação e Urbanismo (Semur), professora Ivete Sacramento; o presidente da Associação das Paradas do Orgulho LGBT de Salvador, Iorran De La Fér; a representante do Fórum Estadual de Políticas para Transexuais e Travestis da Bahia, Paulete Furacão; a ativista do Movimento LGBT, Milena Passos; a representatividade lésbica e fundadora do Coletivo Mete Bronca, Tetê Carreira; a presidente da UNA LGBT da Bahia, Lívia Ferreira; e o membro da  Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB - Bahia, Júlio Duarte.