Marta reapresenta projeto que pede nome de Marielle em rua de Salvador
Proposição foi apresentada inicialmente pela ex-vereadora Aladilce Souza

Foto: Assessoria da Vereadora
15/03/2021 - 11:03
No dia em que a morte de Marielle Franco completou três anos, neste domingo (14), a presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia da Câmara de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), ressaltou a importância e o compromisso de se levar adiante o legado da edil fluminense em prol da justiça racial e social para a parlamentos brasileiros, principalmente o de Salvador, cuja maioria populacional é negra e de mulheres.
Além de três projetos que já tramitam na Casa, seguindo a Agenda Marielle de autoria de Marta, a parlamentar reapresentou o projeto da ex-vereadora Aladilce Souza (PCdoB) que pede que o nome de Marielle seja dado a um logradouro público.
Para a vereadora, a Câmara da capital mais negra do país, cuja maioria da população é formada por mulheres, precisa ter responsabilidade com os projetos pautados pelos movimentos feministas e antirracistas, como o acolhimento noturno em creches.
“Esperamos sensibilidade. O projeto foi apresentado na legislatura passada por Aladilce e, lamentavelmente, não foi aprovado. Marielle merece estar nas ruas de Salvador e Salvador merece reconhecer Marielle” defende Marta.
No Legislativo Municipal, a legisladora disse que o objetivo é ampliar cada vez mais a participação popular e fortalecer os projetos de lei voltados para as mulheres, das quais está ao lado na Casa, e com as colegas da bancada da oposição, como o mandato Coletivo Pretas por Salvador (PSOL) e Maria Marighella (PT).
Creche noturna
“Desde a legislatura passada, Marielle nos serve como inspiração. Dentre os projetos que o nosso mandato apresentou, trouxemos para o parlamento soteropolitano três da Agenda Marielle, o parto humanizado para casos de aborto legal, o Dossiê da Mulher e o acolhimento noturno em creches, este último foi vetado pelo ex-prefeito ACM Neto, um veto que chamamos de racista, pois as creches em funcionamento noturno são fundamentais para a emancipação das mulheres”, afirmou Marta.
A vereadora destaca que a cobrança por acolhimento noturno em creches continuará por se tratar de uma necessidade urgente da capital baiana. “Salvador de mulheres que chefiam os lares e exercem múltiplas funções e são as mais afetadas com o desemprego na pandemia. Além de geração de renda e paridade salarial, as mulheres necessitam do turno noturno para estudar ou trabalhar”, disse.
“A batalha na Câmara vinha sendo travada ao lado de Aladilce na escuta dos movimentos. Agora, chegam mais dos mandatos importantes para somar nesta luta que é o Pretas Por Salvador e o da companheira Maria Marighella. Juntas vamos fortalecer essas agendas e continuar na cobrança por justiça social e respostas sobre a morte de Marielle, cuja trajetória muito nos inspira”, pontuou. Marta lembrou ainda do projeto de lei do vereador Luiz Carlos Suíca (PT), que pede o 14 de Março em Salvador seja o Dia Municipal Marielle Franco, dia de enfrentamento à violência contra mulheres negras. “Esta data é muito simbólica, pois é a data de partida de um símbolo de maneira brutal, racista e antidemocrática, e também o dia em que nasceu de Abdias Nascimento”, destacou.
Justiça
Marta ressalta que a falta de respostas sobre a autoria intelectual do crime contra Marielle demonstra o momento obscurantista que se vive no Brasil com o atual governo. “Marielle vive como semente, germinando todos os dias, na luta pela verdade, pela equidade de gênero, contra o racismo e a misoginia. Após três anos, ainda não temos a resposta, pois a verdade não é prioridade do fascismo e obscurantismo de Bolsonaro e seus aliados”, declarou.
Fonte da notícia: Diretoria de Comunicação