Marta Rodrigues faz mediação do “Ipadê das Pretas”
10ª edição homenageou a escritora Carolina de Jesus e discutiu a luta das mulheres negras

Foto: Divulgação
12/08/2021 - 14:02
A 10ª edição do Ipadê das Pretas – seminário realizado anualmente pela Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen) para debater pautas pertinentes às lutas das mulheres, especialmente das mulheres negras – aconteceu no dia 31 de julho e homenageou a escritora e poetisa Carolina de Jesus, apontada como uma das mais lidas do Brasil. Neste ano ela ganhou o título de doutora honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A atividade virtual chegou a ser invadida por hackers, que deram início a uma série de ofensas racistas e machistas, no entanto, não impediu que o evento fosse continuado em outra sala. A presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara Municipal de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), mediou o Ipadê e registrou a ocorrência na polícia.
“Mesmo depois desse ataque, que mostra o momento de ódio que vivenciamos no Brasil, demos continuidade ao nosso encontro, pois é isto que representamos: a força da mulher negra que não abaixa, nem abaixará mais a cabeça para o racismo e o machismo”, disse.
O evento foi elaborada pelo setorial de mulheres da Conen e homenageou também o Dia Internacional da Mulher Africana, o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana, Caribenha e da Diáspora, também o Dia do (a) Escritor (a), ambos comemorados em 25 de julho.
De acordo com a Conen-Mulher, o reconhecimento destas datas é fundamental para marcar o protagonismo das mulheres negras na formação social, cultural e política no continente africano, bem como no Brasil e demais países da diáspora negra nas Américas.
Durante o “Ipadê das Pretas” foram lembradas diversas mulheres negras revolucionárias históricas desta luta no Brasil e no mundo, a exemplo de Wangari Muta Maathai, Maria Felipa, Lélia González, Tereza de Benguela dentre outras.
O evento teve a presença da neta da escritora, a pedagoga Adriana de Jesus, além de palestras da mestra em Serviço Social com atuação na educação antirracista e popular centralizada na literatura negra, Gilmara de Oliveira; e de Soraia Rosângela Molé, responsável pela comunicação do Movimento Federal Panafricanismo da Guiné Bissau.
Significado
“O termo ípadé em iorubá significa encontro e reunião. É mais uma oportunidade de afirmar a necessidade de reverter a situação de desigualdade que atinge as mulheres negras, tendo em vista os indicadores de pobreza, violência e acesso à justiça”, explicou Diulice Vitório, integrante da Conen-Mulher.
Durante a programação, o evento contou com apresentações culturais da cantora Jó Kalado, da poetisa Stael Kyanda Machado e da Banda Didá.
Em 2020, o encontro também aconteceu de forma virtual e teve a presença de Zezé Motta e da panafricanista do Cabo Verde, Samira Fernandes, entre outras personalidades e ativistas.
Fonte da notícia: Assessoria da vereadora