A vereadora Marta Rodrigues (PT) destacou, em discurso na sessão ordinária de terça-feira (10), a relevância das comemorações pelos 76 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ela também denunciou a luta da população brasileira contra os retrocessos que tramitam no Congresso Nacional, como a PEC do Estupro, a PEC das Praias e a tentativa de manutenção da escala de trabalho 6x1.

“Mesmo após os avanços no Brasil com o presidente Lula e um governo progressista, precisamos nos manter firmes contra os diversos retrocessos que membros do Congresso, sem apreço pelos direitos humanos, tentam impor à nossa sociedade, como a PEC do Estupro, a manutenção da escala 6x1 e a PEC das Praias. Hoje celebramos os 76 anos da Declaração e, pasmem, ainda lutamos para que a mulher tenha direito sobre seu próprio corpo. É repugnante”, afirmou.

Segundo a vereadora, parlamentares brasileiros insistem em defender pautas obscurantistas, demonstrando desprezo pelos direitos humanos e atuando em benefício próprio. Em sua avaliação, a tentativa de manter a escala 6x1 evidencia resquícios escravocratas e expõe o quanto o Congresso brasileiro desconsidera a erradicação das consequências da escravidão no país.

“Enquanto eles trabalham três vezes por semana, o brasileiro negro e pobre precisa trabalhar todos os dias para receber salários baixos. Nós, da esquerda, defensores dos direitos humanos, permaneceremos nas trincheiras de luta contra essas pessoas perversas e desalmadas”, acrescentou.

Ainda em seu discurso, a parlamentar declarou: “É inconcebível que um parlamento se debruce e perca seu tempo defendendo que uma criança, vítima de estupro, possa ser mãe e um estuprador, pai. Que se debruce em impedir uma mulher de realizar aborto, mesmo com risco à sua vida. Essas pessoas usam o nome de Deus em vão, manipulando uma população desinformada para se manterem no poder. São literalmente maquiavélicas, indiferentes ao mal que causam aos outros, desde que lucrem com isso”.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara Municipal de Salvador, Marta Rodrigues ressaltou que o dia 10 de dezembro deve fortalecer as lutas em prol da justiça social e da garantia de direitos. “A PEC das Praias, por exemplo, é outra tentativa horripilante de restringir o direito de ir e vir da população. Uma proposta antidemocrática que desrespeita o direito à cidade, visando enriquecer grupos políticos e empresariais”, concluiu.