'Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres' é tema de audiência
Atividade foi presidida pelo vereador Augusto Vasconcelos

Foto: Divulgação
09/12/2021 - 09:10
“Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres” foi o tema da audiência pública presidida pelo vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB) na última segunda-feira (6). O objetivo foi promover um espaço de diálogo acerca do processo de conscientização dos homens e formular políticas públicas que assegurem o fim de todos os tipos de violência, em especial contra as mulheres.
Como disse Augusto Vasconcelos, o debate se destacou também como uma oportunidade de mobilizar os homens pela campanha do “Laço Branco”, realizada no dia 6 de dezembro por todo país. O vereador lembrou que na Bahia, são realizados os 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, que teve início no dia 20 de novembro e vai até 10 de dezembro, data da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Augusto Vasconcelos, que também é ouvidor-geral da Câmara Municipal de Salvador, reforçou: “É fundamental que nesta audiência possamos debater o engajamento dos homens para enfrentar a violência contra as mulheres, sobretudo num contexto de masculinidade tóxica, que também prejudica os homens com essa falsa sensação que a virilidade e a defesa da masculinidade devem vir permeadas pelos caminhos da violência, exalando, inclusive, problemas psíquicos para eles”.
O vereador completou: “A masculinidade tóxica prejudica principalmente as mulheres e atinge em cheio crianças e adolescentes com uma cultura machista carregada em nossa sociedade, estando na raiz dos principais problemas de violência, já que a maior parte das ocorrências é fruto da violência doméstica”.
“No dia do ‘Laço Branco’, dia dos homens pelo fim da violência, esse é um espaço não para a gente falar, mas para ouvirmos o que os homens têm feito de compromisso para o enfrentamento à violência contra a mulher. No último fim de semana, tivemos um ato muito potente em Cajazeiras, onde a gente quis reforçar exatamente isso. No ato das mulheres, elas falam para que os homens aprendam e entendam a importância de combater o machismo e fazer o enfrentamento a violência contra mulher todos os dias”, disse a vereadora Laina Crisóstomo (PSOL).
Políticas públicas
A presidente da União Brasileira de Mulheres do Estado da Bahia, Juliana Campos, pediu por políticas públicas que defendam e respeitem o direito de todas as mulheres: “A violência contra a mulher começa no momento em que ela acorda e tem negado o direito a determinados espaços, como o da saúde, do trabalho, da educação, pelo simples fato de ser mulher. Quando a gente olha para os dados de violência, olha para quem está à margem desse processo, fora da universidade, da escola, ganhando menos no mercado de trabalho e sabemos que são as mulheres negras”.
A audiência também apresentou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2020: 17 milhões de mulheres foram vítimas de alguma forma de violência no Brasil, que contou com um crescimento nas taxas de feminicídio pelo segundo ano consecutivo. Na Bahia, segundo os dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o aumento de casos foi de 11,8% de 2020 a 2021.
O senador Jacques Wagner (PT) parabenizou a iniciativa: “Precisamos insistir e repetir que é um absurdo, aliás é um crime a violência contra as mulheres e principalmente a violência covarde de homens que, dentro de casa, agridem suas companheiras, suas esposas, suas namoradas”.
A secretária de Política para as Mulheres do Estado da Bahia, Julieta Palmeiras, elogiou o mandato de Augusto Vasconcelos, destacando participação assídua nas pautas de equidade de gênero e com iniciativas recentes, como a emenda ao plano da infância e da adolescência para que inclua o projeto de dignidade menstrual, a apresentação do plano de qualificação profissional e capacitação de mulheres no mercado de trabalho e a entrada na frente parlamentar mista, entre outros.
“A violência contra as mulheres é sistemática e faz parte da estrutura da sociedade e isso é dito pelo Tribunal Internacional dos Direitos Humanos. Uma violência sistêmica, repetida, crônica, cotidiana. Nós não queremos criar nossas filhas para serem assassinadas por violência de gênero, ou ter uma qualidade de vida afetada por isso, nem muito menos os nossos filhos para serem agressores ou feminicidas. Há uma necessidade de tomar uma atitude contra o machismo e isso deve envolver o governo e a sociedade, homens e mulheres”, mencionou Julieta.
Além dos já citados, o debate também contou com o cartunista e poeta, Nildão; Vovô do Ilê, o secretário do Trabalho, Emprego e Renda, Davidson Magalhães; criador e mestre de cerimônias das Jams Sessions, Ivan Huol; a vereadora Marta Rodrigues (PT); o deputado estadual Robinson Almeida (PT); a diretora de Política para Mulheres de Salvador, Fernanda Cerqueira; o defensor público do Estado da Bahia, Rafson Ximenes; o deputado estadual, Bobô (PCdoB); o deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB); a diretora de gênero da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Nanci Andrade; o diretor da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), João Pereira; a psicóloga Juliete Barreto e a líder do movimento de catadoras e catadores de materiais recicláveis, Ane Mine.
Fonte da notícia: Assessoria do vereador