Na manhã da quarta-feira (08), a Câmara Municipal de Salvador, por iniciativa do vereador Sílvio Humberto (PSB), celebrou em sessão solene os cem anos do Instituto Kardecista da Bahia (IKB).  “Celebrar um século de uma instituição desse porte é cumprir o nosso papel e compromisso com a diversidade religiosa em tempos de tantas intolerâncias.  O mundo precisa de ecumenismo, fraternidade e mais humanidade”, declarou Sílvio Humberto.

A sessão promoveu a reflexão sobre o surgimento do IKB, que não teve fácil sobrevivência, conforme relatou a presidente da Instituição, Linda Madalena. “A ausência de novos associados, o afastamento de alguns e o retorno à pátria espiritual dos demais levou o IKB a suspender, temporariamente, suas atividades doutrinárias, continuando em funcionamento apenas o Albergue Noturno (o primeiro de Salvador). Posteriormente, foi criada a Escola primária João Lino, hoje ocupando a parte térrea. Mas, o IKB superou as dificuldades e reiniciou suas atividades, com a ajuda do órgão federativo na época. Novamente, em condições de cuidar da sua autonomia, mudanças ocorreram, como extinção do Albergue pelo fato do já funcionamento do albergue municipal, ampliação da Escola João Lino que passou a funcionar em dois turnos e a criação da Evangelização Infantil para atendimento às crianças da comunidade”, disse.  “O tempo passou e novamente, a ausência de trabalhadores. Pensou-se em desistir, mas o recebimento da mensagem da irmã Joanna de Angelis incentivando a liderança da época a manter abertas as portas, mesmo diante de tanto de sacrifício pessoal, informando que o IKB é um farol no Pelourinho”, concluiu emocionada.

Ednólia Peixinho, representante da Federação Espírita do Estado da Bahia - FEEB, se pronunciou sobre a trajetória da doutrina kardecista no Brasil, citando inclusive nomes como Allan Kardec, e a junção religiosa, filosófica e científica do kardecismo.

A ocasião também serviu para ressaltar a importância das ações sociais realizadas, como grupos de estudos, grupos mediúnicos, palestras doutrinárias, modo presencial e virtual, distribuição de mingau, visitas a abrigos e orfanatos, atendimento fraterno, distribuição de enxovais às gestantes, de roupas, de alimentos, oficinas e rodas de conversa.

O instituto teve origem em 02 de abril de 1922, quando alguns senhores se reuniram na residência do sr. Manoel José Correia Júnior com o objetivo de fundar uma sociedade espírita, que recebeu o nome de Sociedade Espírita de Caridade. Foi formada uma comissão para a legalização da sociedade. Na data de 02 de novembro de 1923, em Assembleia Extraordinária, foi aprovado o estatuto da sociedade que trazia no seu bojo as diretrizes de funcionamento da sociedade e a alteração do seu nome bem como o seu objetivo: estudo, divulgação e prática do Espiritismo.

O IKB ministra curso básico de espiritismo na Casa, em outros Centros Espíritas localizados em Salvador e no interior da Bahia, atendendo ao seu objetivo de divulgar a doutrina.  Fundou a Livraria Espírita A Boa Nova, que funcionou também como distribuidora dos livros espíritas para os demais centros espíritas. Em 1983, o IKB abraçou a proposta de implantação do serviço de atendimento fraterno através do telefone nos moldes existente naquele estado – o S0S PRECES, hoje funcionando de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, tendo auxiliado milhares de pessoas.  

A mesa da cerimônia, presidida e moderada pelo vereador e presidente da Comissão de Cultura, Sílvio Humberto, contou com a presença de Ednar Reis, diretoria responsável pela Departamento de Ação Mediúnica; Gislaine França Guidis Cunha, diretora do departamento de Ação e Promoção Social da Casa e integrante do grupo de estudo da Doutrina Espírita, Osvaldina Cezar Mesquita, membro do Conselho Administrativo do IKB e evangelizadora infantil e grupo de visitas.