Tribuna Popular trata de concurso público e abandono de alunos com TEA

Sessão também foi marcada por críticas à declaração do governador Jerônimo Rodrigues sobre Bolsonaro e seus eleitores

Tribuna Popular trata de concurso público e abandono de alunos com TEA

Foto: Antonio Queirós

05/05/2025 - 18:26

Em uma sessão movimentada, realizada no auditório do Centro de Cultura da Câmara, nesta segunda-feira (5), a Tribuna Popular e o Pinga-Fogo promoveram debates acalorados entre vereadores da base do governo e da oposição.

Na Tribuna Popular, Gabriel Machado Souza, representante da Comissão de Aprovados no Concurso da Saúde do Município de Salvador, pediu ajuda para “romper o silêncio” em torno da denúncia de fraude no concurso público realizado pela Prefeitura em novembro de 2024, que ofereceu 593 vagas na área da saúde.

“Apenas na etapa de divulgação do resultado final o certame foi interrompido. Queremos respeito, transparência e diálogo. Solicitamos uma reunião com o secretário da Semge, Alexandre Tinoco, e com representantes da Prefeitura para sermos oficialmente ouvidos”, afirmou Gabriel.

Ele destacou que o Ministério Público Estadual (MPE) não recomendou a paralisação do concurso e que a interrupção, por decisão da Prefeitura, pode configurar uma ofensa à sociedade. “Salvador precisa de profissionais qualificados, e nós estamos prontos para trabalhar”, declarou.

O vereador Sílvio Humberto (PSB) reforçou a importância do debate em torno da saúde, sobretudo diante das condições enfrentadas pela população nas periferias da cidade.

Presidindo a sessão, o vereador Claudio Tinoco (União) reconheceu a legitimidade das pautas da Tribuna Popular, mas saiu em defesa do prefeito Bruno Reis. “O prefeito tornou pública a suspeita de fraude, e um inquérito foi aberto para apurar os fatos. Cabe à Justiça conduzir o processo com transparência, para que os aprovados possam ocupar seus cargos com segurança jurídica”, justificou.

TEA

Também ganhou destaque o pronunciamento de Ticiana Barbosa, representante da Associação Mães Atípicas, que denunciou a ausência de profissionais de apoio nas salas de aula para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“Essas crianças ainda não frequentaram a escola nem um dia neste ano por falta de profissionais. Enquanto família, cidadã e contribuinte, apelo pelo apoio desta Casa para que esses profissionais estejam presentes nas escolas. Se eu deixasse minha filha em casa por vontade própria, responderia judicialmente. E a escola, que não cumpre sua parte?”, questionou. A associação reúne mais de 250 famílias em situação semelhante.

Presidente da Comissão de Assistência Social e Direitos das Pessoas com Deficiência, o vereador Cezar Leite (PL) destacou que o colegiado vem promovendo reuniões e realizando visitas às escolas municipais para avaliar as carências.

“O governo Bruno Reis é bom, mas nenhum governo é perfeito. É papel do político colaborar. Temos observado deficiência nas escolas, especialmente quanto às ADIs, que deveriam garantir suporte adequado às crianças. E não se trata apenas de levar ao recreio: é sobre permitir que uma criança se desenvolva plenamente. É nosso dever lutar por isso”, afirmou, prometendo encaminhar as demandas ao secretário de Educação, Thiago Dantas.

Polêmica

A declaração do governador Jerônimo Rodrigues, feita durante agenda no município de João Dourado, na última sexta-feira (2), repercutiu de forma intensa. Em discurso, o chefe do Executivo sugeriu que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus eleitores fossem levados “para a vala”, o que gerou manifestações de repúdio.

“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia, sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta, e quem votou nele podia pagar também! Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’, sabe o que é uma enchedeira? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo para a vala”, declarou o governador. Ele criticava a conduta de Bolsonaro durante a pandemia e lamentava que o ex-presidente não tenha recebido governadores que se opunham ao seu governo.

O vereador Sílvio Humberto, da oposição, afirmou conhecer Jerônimo há mais de 30 anos, desde os tempos em que ambos atuavam na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), e o definiu como “humanista, respeitoso e cuidadoso até mesmo em seus discursos”.

Já o vereador Alexandre Aleluia (PL) foi contundente nas críticas. Segundo ele, a postura do governador se assemelha à de regimes totalitários: “É uma prática típica de nazistas, fascistas, do grupo de Adolf Hitler”. No calor do debate, o vereador Cezar Leite anunciou que apresentará uma moção de repúdio contra a declaração do governador da Bahia.


Fonte da notícia: Diretoria de Comunicação

Câmara

Agenda

Biblioteca

Centro de Cultura

Gestão da Qualidade

Marcas e Manual

Presidência

Transparência

Concurso público

Despesas viagem

Frequencia de vereadores

Leis Municipais

Prestação de contas

Processos Licitatórios