O mandato coletivo Pretas Por Salvador participou do debate virtual “Mulheres Negras e Eleições: Conjuntura e Desafios” na noite de quinta-feira (3). A atividade foi organizada pelo Odara Instituto da Mulher Negra, a Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e a Rede de Mulheres Negras do Nordeste.

Na 4ª edição, a atividade faz parte das ações da Agenda Coletiva do Março de Lutas, organizado pelo Odara Instituto, que reafirma a representação de um período simbólico e de resistência de mulheres negras no protagonismo histórico da luta política coletiva. 

O encontro reuniu mulheres de diversas partes do país. Como diz a vereadora Laina Crisóstomo (PSOL), elas debateram “pautas fortes e necessárias, sobretudo neste ano eleitoral, em que existe a carência de mulheres ocupando esses espaços de poder”.
A vereadora Laina destacou que o mandato coletivo Pretas por Salvador é composto por três mulheres negras. Ela falou sobre as dificuldades enfrentadas diariamente, os constantes atos de violência política de gênero e destacou a necessidade de construir um novo cenário político, representativo, coletivo e de inclusão.

“Acho que essa é a grande questão. É você pensar que o espaço da política que não precisa ser solitário, muito menos egoísta. É sobre democratizar a ocupação do poder, mas, acima de tudo, trazer o processo da equidade nos debates, nos diálogos e na construção de outras pautas”, disse.

Voto feminino

Laina pontuou que, mesmo após 90 anos da conquista do voto feminino, as mulheres seguem fazendo o enfrentamento para serem reconhecidas nos espaços políticos. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2020, 52,50% dos eleitores eram mulheres, mas elas representaram apenas 15% dos que conquistaram mandatos. 

A vereadora Laina Crisóstomo incrementou sua fala encorajando o público feminino a seguir lutando pela ocupação desses espaços. “A gente, mulher preta, não se candidata para rivalizar entre nós. Nós podemos e devemos ganhar todas juntas. Esse é o grande desafio”, disse.