Samba junino pulsa com vitalidade na cultura popular de Salvador

Sessão especial na Câmara mostra a importância desse tipo de manifestação musical que é patrimônio imaterial da capital baiana

Samba junino pulsa com vitalidade na cultura popular de Salvador

Foto: Valdemiro Lopes

17/06/2019 - 17:22

“Quem não gosta de samba (junino), bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente de pé”. A letra da canção “Samba da minha terra”, de Dorival Caymmi, ganhou a palavra “junino” para mostrar que essa manifestação musical da Cidade da Bahia continua muito viva nos bairros populares e é patrimônio imaterial de Salvador. Esses desdobramentos culturais e de resistência do povo negro foram destacados pelo vereador Marcos Mendes (PSOL), na Câmara, na sessão especial em comemoração ao samba junino. O encontro com sambistas movimentou o Plenário Cosme de Farias da Casa, na noite desta segunda-feira (17).
Antes da sessão especial, um arrastão de samba junino saiu do Terreiro de Jesus em direção ao Paço Municipal, puxado por percussionistas, passistas, populares e o vereador Marcos Mendes. Participaram do arrastão várias agremiações, como a Liga do Samba Junino, o Samba Santo Amaro, o Samba Neguinho, o Samba Zumbaê, dentre outros. 
De acordo com Marcos Mendes, “o samba duro junino é pura resistência do povo negro, uma resistência que se espalhou pelo Recôncavo da Bahia”. Ainda em sua fala, lembrou que essa manifestação musical virou patrimônio imaterial de Salvador desde o ano passado.
Ainda em sua fala, recordou de Tia Ciata, negra baiana que levou o samba de roda de Santo Amaro para o Rio de Janeiro. “Tia Ciata é mais um exemplo de resistência do povo negro por liberdade”, reconheceu Marcos Mendes.
Durante a sessão, vários vídeos sobre o samba junino foram apresentados, com depoimentos de artistas mostrando a importância do subgênero dentro do leque de possibilidades musicais que se fortalecem nos bairros populares de Salvador.

Reconhecimento

Nonato Sanskey, cantor, compositor e presidente da Liga do Samba Junino, assegurou que é “uma prova viva” da importância do samba junino na formação das pessoas. “Eu tive a oportunidade, com o samba junino, de me tornar o que sou hoje: um compositor conhecido”, reforçou.
Percussionista, cantor, compositor e líder do Samba Santo Amaro, Nem Cardoso frisou que a noite é de festa. Morador do Engenho Velho da Federação, reconheceu o bairro onde nasceu como um centro de preservação da manifestação popular. “O samba junino é de família e forma cidadão dentro do seu contexto”, afirmou Nem Cardoso. Ele pediu mais espaço para o samba junino no Carnaval de Salvador.
Integrante do Grupo Leva Eu, Maria Célia Mota da Silva disse que faz parte da luta para manter o samba junino fortalecido. Já o Mestre Lazinho do Morro, membro do Samba do Morro, afirmou que se sentia elogiado por fazer parte da sessão especial. “Saio daqui fortalecido”, completou.
Ex-funcionária da Fundação Gregório de Mattos, Magnair Barbosa, responsável pela oficialização do samba junino enquanto patrimônio imaterial de Salvador, frisou que se trata de um tipo de música que é muito mais do que aparenta ser. “Antes da década de 1970, o samba junino já existia nos terreiros, após as celebrações”, afirmou Magnair. Ela previu que, com o registro de patrimônio imaterial, o samba junino vai se fortalecer cada vez mais. 
Carlos Cardoso, ativista em defesa do legado do samba junino, também pediu mais valorização do subgênero musical que é manifestação viva e pulsante nos baianos de Salvador. 
Ao final da sessão, vários mestres receberam o troféu Tamborim de Ouro, em reconhecimento pela preservação do samba junino.


Fonte da notícia: Secom

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