Detalhes do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o Subúrbio Ferroviário foram apresentados para populares e vereadores durante audiência pública realizada na noite desta segunda-feira (28), no auditório do Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador. Um novo debate foi marcado para o dia 15 de dezembro para continuar discutindo a proposta com a população.
O evento, promovido por iniciativa do vereador José Trindade (PSL), contou com a presença marcante de trabalhadores do setor de transporte, principalmente da categoria rodoviária. Os funcionários temem que a implantação do VLT na capital baiana provoque desemprego.
Para o vereador José Trindade, o debate público serve também para esclarecer dúvidas sobre o projeto, que, segundo o legislador, terá um fundamental papel na melhoria da mobilidade urbana em Salvador.
“Esse projeto do governo do estado será muito importante para quem vive na capital baiana. A audiência pública tem essa função de ouvir todos os lados para que o VLT contemple, de fato, as necessidades da maioria dos cidadãos de Salvador”, declarou José Trindade.
A apresentação do projeto ficou por conta do diretor presidente da Companhia de Transportes da Bahia (CTB), José Eduardo Copello. A valorização do Subúrbio Ferroviário e a melhoria da mobilidade urbana com mais possibilidades de integrações foi destacada pelo dirigente.
“Existem muitas possibilidades de integrações com o ferry-boat, lancha de Itaparica, Terminal Marítimo Plataforma-Ribeira, entre outros. Também vamos fazer um trabalho de valorização do que já existe. A Ponte São João, por exemplo, que é muito bonita e precisa ser destacada”, afirmou Eduardo Copello.
Questionado pelos trabalhadores sobre as demissões que podem acontecer em virtude da implantação do VLT em Salvador, o diretor da CTB prontamente refutou. “Não estou sabendo de nada disso”.
O secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, comentou que “o projeto se tornou viável no modelo de Parceria Público-Privada (PPP), e que, em uma segunda etapa, poderá fazer uma articulação direta com o metrô, seja no Retiro, com uma ligação Santa Luzia-Retiro, seja na Lapa, com uma ligação Comércio-Lapa", disse.

Desapropriações

Outra dúvida que assola os populares é sobre as desapropriações.  Os moradores reclamam que ainda não foi definido prazo e cobram informações sobre o processo de saída dos populares das suas moradias.
Atualmente, a malha ferroviária que liga Paripe à Calçada é de 13,6 quilômetros. Com o projeto do VLT, a expansão até o Comércio e a localidade de São Luis, serão acrescentados 4,9 quilômetros.
O projeto prevê intervenções em duas fases. A primeira, entre o Comércio e Plataforma, com 9,4 quilômetros, e a segunda, entre Plataforma e São Luiz, com 9 quilômetros de extensão.  
Os vereadores Aladilce Souza (PCdoB) e Orlando Palhinha (DEM) marcaram presença no debate. Eleitos e com mandato a partir de janeiro de 2017, Hélio Ferreira (PCdoB) e Marta Rodrigues (PT) também participaram audiência pública.