Aldir Blanc Mendes faleceu no Rio de Janeiro em 4 de maio deste ano, aos 73 anos, em decorrência do novo coronavírus. Dono de uma visão crítica, começou a escrever poesia aos 16 anos de idade. O perfil do compositor consagrado levou o vereador Odiosvaldo Vigas (PDT) - gestor do Centro de Cultura da Câmara de Salvador - a apresentar um projeto de lei propondo que o nome do também médico e cronista denomine uma rua da capital baiana.

Ao justificar a homenagem, o legislador soteropolitano destaca a importância cultural e política de Aldir Blanc, “conhecedor da real situação do Brasil e das suas mazelas, favelas e vielas, as pobrezas e injustiças, que como ele mesmo dizia: O Brazil não conhece o Brasil”.

Odiosvaldo cita ainda que o compositor também se destacou na condição de cronista do Rio de Janeiro, passando por O Pasquim, Bundas, O Globo e Jornal do Brasil, além de lançar livros. Compôs mais de 500 músicas, com destaque para “O Bêbado e a Equilibrista” (considerada hino informal no declínio da Ditadura Militar), “O Mestre-Sala dos Mares”, “De frente pro crime”, “Kid Cavaquinho”, “Ronco da Cuíca” e “Incompatibilidade de Gênios”.

Blanc, que faleceu em 4 de maio, no Rio, teve ao longo de sua trajetória parceiros ilustres, como João Bosco, Moacyr Luz e Carlos Lyra.

Identidade brasileira

O vereador diz que Aldir Blanc tem como grande música “Querelas do Brasil”, na qual afirma que o Brazil, com Z, não conhece o Brasil com S. “É a supressão da cultura popular do País, propondo-se a elitização econômica que prega o liberalismo em toda a sua extensão; pensam em entregar nossa cultura, americanizá-la. E existe orquestração do governo federal para que a cultura e a educação sejam colocadas de lado, rejeitadas, atacadas. É a identidade do povo, jogada na lata do lixo. Por isso, também, é importante fazer essa homenagem a um dos grandes brasileiros”, diz Odiosvaldo.