Moradores do Dois de Julho denunciam ‘escurecimentos’ sobre desapropriações

Aladilce Souza pede união entre populares e representantes dos poderes públicos para garantir permanência no local

Moradores do Dois de Julho denunciam  ‘escurecimentos’ sobre desapropriações

Foto: Reginaldo Ipê

06/09/2016 - 14:56

Questionamentos dos moradores do bairro Dois de Julho sobre decretos de desapropriação na localidade foram discutidos em audiência pública, na manhã desta terça-feira (6), no auditório do Edifício Bahia Center, anexo da Câmara Municipal. No debate capitaneado pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), populares e representantes dos poderes públicos convergiram sobre a necessidade de envidar todos os esforços para garantir a permanência dos residentes no Centro Antigo de Salvador.
Para a vereadora Aladilce, o impasse para a permanência dos moradores se deve justamente por causa dos interesses da iniciativa privada. “O governo deve se colocar ao lado dos populares e bater o pé firme para que o projeto garanta que quem reside na área continue. Logicamente, existem as pressões de quem está bancando o projeto, mas o Estado deve ficar ao lado da comunidade”, pontuou.
As determinações preveem a desocupação de imóveis compreendidos nas ruas do Sodré, Visconde de Mauá e região da Ladeira da Preguiça, no Dois de Julho, além de casarões da Avenida Carlos Gomes.
Se existe consenso em relação à necessidade de avalizar a permanência da população nesses locais, o impasse gira em torno da viabilidade de garantir que os moradores continuem no bairro após intervenções do Governo Estadual.
Dois decretos de desapropriação do Governo do Estado e outro do Município foram publicados no Diário Oficial para a primeira etapa de retirada dos moradores, estabelecendo “saídas amigáveis” mediante aos pagamentos de indenização.
De acordo com o superintendente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Raimundo Andrade, os decretos visam preservar o patrimônio cultural do Centro Antigo de Salvador. Para a execução do projeto, relatou a necessidade de apoio da iniciativa privada.

Patrimônio

“Entre 2007 e 2010 foi elaborado um trabalho com o apoio da Unesco, que deu origem ao Plano de Revitalização Participativa do Centro Antigo. Foi diagnosticado que existiam 1.100 imóveis privados, em ruínas, na região. E casas nesse estágio de comprometimento é como se estivessem doentes. Vai passando de um imóvel para outro. Não queremos expulsar ninguém. Os decretos foram feitos para permitir  que o Estado consiga preservar esse patrimônio”, afirmou Raimundo Andrade.
Moradora do bairro e pesquisadora de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, Alina Cecília Sosa relatou a aflição dos populares por conta dos decretos e pediu mais transparência nas ações do Governo Estadual no local. Destacou a necessidade de “mais esclarecimentos”, mas ironizou, resaltando que até agora os residentes no Dois de Julho “convivem mesmo com os escurecimentos”.
A necessidade de garantir a presença da população no local também foi lembrada pelo diretor de Projetos Obras e Restauro (Dipro) do IPAC, Felipe Musse. “Entendemos que essa luta é absolutamente legítima e que é fundamental a presença dos moradores nesse patrimônio público, que é o Centro Antigo de Salvador. As consequências das desapropriações ainda parecem nebulosas”, declarou.


Fonte da notícia: Secom

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