A turma de História da Civilização Brasileira, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizou uma visita à Câmara Municipal de Salvador durante a manhã desta segunda-feira (23). Estudantes dos cursos de museologia, pedagogia, história e artes contemplaram os quadros, os achados arqueológicos e a arquitetura da Casa Legislativa para compreender o processo de ocupação da cidade, segundo explicações do professor Savio Queiroz Lima. 
“A intenção é tirá-los da sala de aula e sair daquela compreensão apenas bibliográfica, de leitura de texto, para vermos ‘in loco’ essas transformações. E a Câmara é útil porque ela conta a história de Salvador desde a sua fundação. Ela faz parte dessas transformações”, contou o professor.
Para a estudante de museologia, Anthea Xavier, 28 anos, a turma está buscando entender a forma como o Brasil foi constituído.  “Esse entendimento tem sido abordado na aula de forma bastante ampla e precisa. Não estamos falando apenas do homem branco que veio à Salvador e ‘descobriu’ a cidade, estamos falando das heranças dos índios e dos afrodescendentes que vieram como escravizados. Ao mesmo tempo que vemos uma exposição que é formada basicamente por memórias da elite branca, a gente fala e discute de onde e como esses processos se deram. Como esses quadros talvez possam ter sido feitos por mãos negras, mãos indígenas ou por mãos miscigenadas”, contou.
De acordo com a estudante e estagiária na Casa, Lilian Costa, ela teva a ideia de iniciar as aulas em campo pela Câmara, pois “a história de Salvador e da cultura passa por esse local”.

Paleografia

A historiadora Libania Silva, que acompanhou o grupo e mediou as explicações juntamente com Savio Queiroz, disse que a visita faz parte da ideia de coletar dados para também compor o curso de paleografia que a turma está participando.
“Estamos fazendo uma análise paleográfica, leitura de documentos manuscritos dos séculos XVI ao XIX e estamos fazendo contrastes com os acervos, tanto dos museus do Centro Histórico quanto de monumentos da cidade de Salvador. Tanto para os estudantes como para nós historiadores é muito importante porque a Câmara representa, junto com todo a Praça Thomé de Souza, o projeto fundador da cidade, da coroa portuguesa sendo concretizado. Conhecer as diversas fases históricas pelas quais essa Casa passou, as mudanças físicas, o acervo que ela guarda, diz muito sobre a história da cidade”, discorreu Libania.