Construção de torres na Praia do Buracão volta ao debate na Câmara
Eleição de membros do CMDCA e falta de transporte no bairro de Valéria por conta de ação policial contra o crime organizado também foram temas da Tribuna Popular

Foto: Valdemiro Lopes
18/09/2023 - 17:22
O projeto de construção de três torres na Praia do Buracão, a eleição de membros do Conselho Municipal dos Direitos da Infância e do Adolescente (CMDCA) e a falta de transporte público em Valéria, devido à operação policial no bairro contra o crime organizado, foram os temas debatidos na Tribuna Popular da Câmara, na tarde desta segunda-feira (18). O presidente da Casa, vereador Carlos Muniz (PSDB), conduziu os trabalhos da 62ª Sessão Ordinária da 3ª Sessão Legislativa da 19ª Legislatura.
De acordo com Luís Antonio de Souza, representante da Associação dos Moradores da Rua do Barro Vermelho e coordenador do SOS Buracão, a construção das três torres na Praia do Buracão trará impactos ambientais, como o sombreamento da areia e do mar. Ele afirmou que o projeto afetará a qualidade de vida das pessoas.
Dentro das ações do movimento SOS Buracão para evitar a construção das torres, Luís Antonio propôs a revisão imediata do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e solicitou uma audiência com o prefeito Bruno Reis para discutir o assunto. Das galerias do Plenário Cosme de Farias, integrantes do movimento se manifestaram contra a construção com palavras de ordem, cartazes e faixas.
Um documento contendo um parecer técnico sobre os impactos no trânsito da região, caso as torres sejam erguidas, foi entregue por Luís Antonio ao presidente Carlos Muniz.
A eleição de conselheiros do CMDCA, marcada para 1º de outubro com o apoio do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), pautou a fala de Gustavo Figueiredo Mercês. Ele sugeriu a participação da Câmara no processo eleitoral, o que ajudaria “na mobilização da sociedade”. Informou também que 120 conselheiros serão eleitos e destacou que 327 lideranças concorrerão. A eleição unificada dos membros dos Conselhos Tutelares ocorre em todo o território nacional a cada quatro anos.
Valéria
As dificuldades enfrentadas pelos moradores do bairro de Valéria, em virtude de uma operação policial contra o crime organizado, foram ressaltadas por Arlei Adriano, representante da Casa do Povo de Valéria. “Estamos andando sete quilômetros para utilizar o transporte público”, afirmou Arlei, destacando as consequências da ação policial contra traficantes no bairro. Ele apelou pelo retorno à normalidade e frisou que 32 mil pessoas estão sendo afetadas.
De acordo com o presidente Carlos Muniz, o transporte público em Valéria poderá voltar à normalidade caso o prefeito Bruno Reis decida em reunião e a segurança no bairro seja restabelecida.
A Tribuna Popular foi comentada pelos vereadores Augusto Vasconcelos (PCdoB), Marta Rodrigues (PT), Sílvio Humberto (PSB), Isnard Araújo (PL), Laina Crisóstomo (PSOL), Tiago Ferreira (PT), Arnando Lessa (PT), Ricardo Almeida (PSC), Claudio Tinoco (União) e Kiki Bispo (União).
Vasconcelos e Marta consideraram o projeto de construção das torres “um absurdo” e defenderam a revisão do PDDU para evitar impactos ambientais na orla marítima de Salvador. Laina e Sílvio seguiram a mesma linha de raciocínio.
Por outro lado, Tinoco e Kiki ressaltaram que a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) “cumprirá a lei”. Eles enfatizaram que o PDDU vigente foi aprovado pela Casa após amplo debate.
A vereadora licenciada Maria Marighella (PT), que temporariamente deixou sua cadeira na Câmara para assumir a presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte), acompanhou a sessão à mesa de trabalho, a convite do presidente Muniz.
Fonte da notícia: Diretoria de Comunicação